Kung-Fu inspira adeptos da arte em Pernambuco (Rede Globo)

O som é relaxante, os movimentos lembram uma dança que tinha os melhores passos mantidos em segredo pelos monges

Da Redação do pe360graus.com


Conta a história que um monge chinês chamado Ta-Mô subiu uma montanha e passou a observar o movimento dos animais, as posições que eles faziam para lutar, e a maneira como se defendiam. Foi assim que surgiu o Kung-Fu, uma luta chinesa que tem seguidores em todas as partes do mundo, inclusive em Pernambuco.

Foto: Reprodução / TV Globo

O som é relaxante, os movimentos lembram uma dança que tinha os melhores passos mantidos em segredo pelos monges, num passado distante. O Kung-Fu nasceu na China há mais de 5 mil anos. Quando surgiu era usado pra desenvolver a saúde, mas no decorrer dos anos também se transformou numa das principais armas do exército chinês.

"Ele era muito usado para combater os inimigos. Foram baseadas as técnicas em animais como a cobra, o louva deus, o leopardo, esses animais desenvolveram técnicas mortais e habilidades que os seres humanos teoricamente não teriam", contou o instrutor Andrew Feitosa.

Esses são os Katis. Cada um deles tem golpes que imitam os movimentos desses bichos. A aluna Elisângela Maria exibe o Kati do leque com louva deus. "Os antigos monges, as pessoas mais de respeito na china, eles utilizavam leque e esse leque tinha armas escondidas, embutidas", contou.

As lutas com o facão e o bastão de madeira também fazem parte do treinamento, mas no Kung-Fu não basta ser bom nos golpes. "Tem que ter muita disciplina. Porque não é uma técnica fácil de aprender, exige muito que você treine, que você passe horas se condicionando fisicamente, mentalmente", contou Andrew.

Diferente dos tempos de guerra da china, hoje o Kung-Fu serve como terapia. "Quem é agitado fica um pouco mais calmo, quem entra aqui que é agitado vai sair bem calmo mesmo, lento, quer nem confusão em canto nenhum", afirmou o mestre Éliton Acioly.

Mas se pintar alguma surpresa indesejada, eles já estão preparados pra se defender, ou para apanhar, se for o caso. "Só dói no comecinho, mas depois de tempo treinando num dói mais não. É como se ele fosse criando um costume, o corpo vai acostumando e o cérebro não passa mais a mensagem de dor pro resto do corpo", revelou o aluno Luis Barbosa.

Mas qual o segredo pra não sentir dor? "A gente respira, trava o ar no pulmão, então quando você trava o ar no pulmão e deixa o corpo mais rígido a pancada dói menos. É que nem a turma diz na televisão: não faça isso em casa porque dói", concluiu Luis Barbosa.

“Comecei a assistir muitos filmes de luta com Jack Chan, aquela coisa toda, me apaixonei pelo estilo, né, No caso da arte marcial do Kung-Fu, e comecei a praticar", falou Elisângela, que não se contentou em ser praticante e espectadora. Ela decidiu se tornar uma estrela dos filmes de luta e conseguiu.

Fundou com amigos o grupo Pinóia Artes, em 2007. Essa equipe de dublês quer incentivar o cinema brasileiro a apostar na produção de filmes de ação, com artes marciais, iguaizinhos aos do cinema asiático. Tudo feito por eles, desde a filmagem, até a edição.

"A gente cria filmes, no caso a gente cria roteiro, no caso a gente se baseia muito em luta, mas a gente tem alguma coisa de mostrar a história somente não só porrada, mas a gente inventa também de não só mostrar violência e sim comédia", concluiu Elisângela.

E mostrar também que a cara feia não é de raiva e nem pra chamar atenção. "No exercício a gente pode colocar realmente uma força, um movimento de grito, que é pra identificar que está saindo uma liberação de energia, então isso tudinho há em toda arte marcial", afirmou Andrew.

Vídeo:

As imagens do Pinoia que aqui aparecem foram extraídas do filme Primeiro Dia, ainda em fase de edição.


Fonte: http://pe360graus.globo.com/esportes/esportes/artes-marciais/2010/03/17/NWS,509577,6,255,ESPORTES,751-KUNG-INSPIRA-ADEPTOS-ARTE-PERNAMBUCO.aspx